México alerta sobre impacto de tarifas de Trump em empresas dos EUA

As principais autoridades econômicas do México minimizaram na terça-feira as preocupações sobre as negociações comerciais com o governo de Donald Trump, dizendo que o impacto potencial sobre as empresas americanas poderia fazer o novo presidente dos EUA repensar sobre a imposição de tarifas massivas.

Trump fez campanha com a promessa de implementar uma série de tarifas (link), inclusive para empresas que transferiram suas operações para o México, em uma tentativa de restaurar empregos nos EUA

Os economistas alertaram que tais tarifas representaria um duro golpe para a economia dependente das exportações do México e tem avisado de um menor golpe na economia dos EUA (link).

"O poder de negociação do México é relevante", disse o ministro da Economia do México, Marcelo Ebrard, em uma entrevista coletiva na terça-feira, apontando para o número de empresas multinacionais que se instalaram em seu país.

"Qualquer ação que você tome para colocar em risco(a relação comercial EUA-México) significa que milhares de empresas" serão impactadas, disse Ebrard. "Dificilmente há uma empresa importante dos EUA que não tenha dinheiro aqui."

Ebrard sugeriu na semana passada que o México poderia implementar medidas retaliatórias (link) por conta própria.

Ele disse na terça-feira que sua equipe estava se preparando para se reunir com autoridades de Trump antes da posse de Trump em janeiro.

Uma revisão do acordo comercial entre os dois países e o Canadá também está marcada para 2026. Trump liderou uma revisão do acordo em seu primeiro mandato.

Ebrard e outras autoridades também minimizaram as preocupações dos EUA de que a China estaria usando o México como uma porta dos fundos para evitar barreiras comerciais.

Ebrard afirmou que apenas 0,4% do investimento chinês que entra na América do Norte vai para o México, com mais de dois terços indo para os EUA

A capacidade do México de atrair montantes recordes de investimento estrangeiro direto nos últimos anos - parte de uma tendência conhecida como nearshoring (link), em que as multinacionais movem as operações para mais perto do seu destino final - é um dos principais pontos fortes, disseram as autoridades.

Vice-ministro da Economia, Luis Rosendo Gutierrez disse que a grande maioria dos investidores com quem se encontrou recentemente em Nova York ainda queria investir no México, mesmo com preocupações sobre as recentes reformas constitucionais (link).

Ebrard também disse que grandes montadoras, como a Ford FN, não tinham planos de transferir a produção do México.

Trump havia imposto uma tarifa de 200% sobre todos os automóveis importados do México e uma tarifa de 200% sobre as montadoras relacionadas à China que transferissem a produção para o México.

Quanto à Tesla TSLA do bilionário Elon Musk, Ebrard disse que o México ainda está esperando uma resposta (link) sobre se irá prosseguir com uma megafábrica multimilionária previamente anunciada (link) no norte do México.

Trump escolheu Musk, que foi um grande apoiador de sua campanha presidencial, como cochefe de um novo departamento destinado a melhorar a eficiência do governo.