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Dólar tem leve baixa com cenário doméstico em foco; Ibovespa fica sem direção clara

O dólar tinha leve baixa frente ao real nesta segunda-feira, na contramão do exterior, enquanto o Ibovespa operava sem uma direção clara, à medida que investidores analisavam dados e falas de autoridades brasileiras sobre o estado da economia do país.

No início da sessão, o Banco Central informou que a atividade econômica do Brasil teve um avanço inesperado em agosto, ante expectativa de estabilidade, apontando para a continuidade da resiliência mostrada na primeira metade do ano.

As atenções também se voltavam para comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, na Conferência Itaú Macro Vision.

No cenário externo, com uma agenda macroeconômica esvaziada, o foco estava em torno da China, que procurou detalhar no fim de semana as medidas fiscais a serem adotadas para impulsionar a economia, mas vistas como abaixo do esperado por analistas.

Também seguia no radar a escalada das tensões no Oriente Médio, uma vez que a região segue em alerta para uma retaliação de Israel contra o Irã, enquanto as forças israelenses ampliam sua ofensiva no Líbano.

CÂMBIO

O dólar tinha leve baixa ante o real nesta segunda-feira, devolvendo ganhos do início da sessão, conforme dados do IBC-Br e comentários do futuro presidente do Banco Central faziam investidores voltar seu foco à política monetária doméstica, que oferece cenário positivo para a moeda brasileira.

Após uma primeira hora de negociação onde as atenções estavam no exterior, investidores passaram a olhar para eventos econômicos locais, que ajudavam o real a recuperar as perdas acumuladas contra o dólar no início do dia.

Na frente de dados, o BC informou que o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,2% em agosto sobre o mês anterior, em leitura melhor do que a expectativa de estabilidade apontada em pesquisa da Reuters com economistas.

O resultado evidenciou a resiliência da atividade econômica no Brasil, favorecendo expectativa de novas altas na taxa de juros a fim de conter pressões inflacionárias.

O aumento da Selic, atualmente em 10,75% após o BC elevar a taxa em 25 pontos-base no mês passado, é positivo para o real, em tese, uma vez que amplia o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, em meio à expectativa de mais cortes de juros pelo Federal Reserve este ano.

"IBC-Br veio forte e acima da previsão do mercado. Isso tem um impacto direto nas decisões de política monetária", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

O mercado nacional também digeria comentários de Gabriel Galípolo, o diretor do BC que se tornará presidente da autarquia a partir de 2025, que apontaram para o compromisso da autoridade monetária da perseguição da meta de inflação de 3%.

Galípolo afirmou que a desancoragem das expectativas para os preços segue sendo uma preocupação e que a função de reação do BC sempre será de perseguir a meta de inflação.

Operadores colocam 99% de chance de o BC elevar os juros em 50 pontos-base em novembro.

"Acho que não houve surpresas na fala dele... Mas ele destacou uma posição do BC conservadora e acho que aí que o mercado viu algum indício sobre as próximas decisões do Copom", afirmou Bergallo.

O real superava o desempenho de seus pares emergentes, que sofriam com a aversão ao risco no exterior, com investidores se mostrando decepcionados com notícias sobre o pacote de estímulo da China.

A força da moeda norte-americana no exterior ainda era sustentada pela consolidação das apostas de um afrouxamento monetário gradual por parte do Fed em suas próximas reuniões, após dados da semana passada mostraram uma inflação ao consumidor mais alta do que o esperado nos EUA.

Acompanhando o cenário externo, o real chegou a perder diante do dólar no início da sessão, com a divisa norte-americana atingindo uma máxima de 5,6515 reais (+0,64%)

. Dólar/Real (BRBY): -0,26%, a 5,6011 reais na venda;

. Euro/Dólar EURUSD: -0,26%, a 1,0908 dólar;

. Dólar/Cesta de moedas DXY: +0,17%, a 103,210.

IBOVESPA

O Ibovespa operava entre altas e baixas moderadas nesta segunda-feira, sem acompanhar os índices acionários norte-americanos, que passaram a seguir direção única de alta, em dia de mercado de Treasuries fechado nos Estados Unidos devido ao Dia de Colombo.

O head de research da Terra Investimentos, Régis Chinchila, destacou entre os pontos de suporte ao indicador os sinais de estímulos econômicos na China ainda no sábado e as declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, nesta segunda-feira.

Em sua primeira fala pública após ter indicação à presidência do BC em 2025 aprovada pelo Senado, Galípolo destacou que os diretores estão de olho nas projeções de inflação e na atividade econômica para definir os juros básicos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também deu declarações pela manhã durante evento promovido pelo Itaú BBA, e afirmou que o governo pode rever mais uma vez a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A Fazenda elevou em setembro sua projeção para o PIB do Brasil em 2024 a 3,2%, ante estimativa anterior de 2,5%.

A indefinição também era observada em duas ações de grande peso no índice, com Petrobras diminuindo a queda de mais cedo no pregão, enquanto Vale invertia sinal e passava a cair.

Em Nova York, os índices acionários marcavam alta, após operarem mistos na abertura. O mercado de Treasuries por lá está fechado devido ao Dia de Colombo e investidores seguem na expectativa por uma semana repleta de balanços corporativos e dados econômicos importantes na maior economia do mundo.

Na visão do analista Renato Nobile, da Buena Vista, a indefinição do Ibovespa no dia é resultado de uma menor liquidez vinda do mercado internacional.

"No geral, o volume está realmente baixo, o que deixa o mercado sem nenhum 'trigger' de alta ou baixa, pelo menos até o momento", afirmou Nobile.

DESTAQUES

- VALE ON VALE3 caía, revertendo alta de mais cedo, apesar do avanço dos futuros do minério de ferro, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China TIO1! encerrou as negociações do dia com alta de 1,97%, a 800,5 iuanes (113,08 dólares) a tonelada.

- PETROBRAS PN PETR3 tinha variação levemente positiva, descolando da forte queda nos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent BRN1!.

- BANCO DO BRASIL ON BBAS3 valorizava-se, BRADESCO PN BBDC3 subia, ITAÚ UNIBANCO PN ITUB3 avançava e SANTANDER BRASIL UNIT SANB11M ganhava.

- ASSAÍ ON ASAI3 avançava, tendo como pano de fundo acolhimento pela Receita Federal de recurso apresentado pela empresa solicitando o cancelamento de decisão que determinava o arrolamento de ativos do varejista no valor de 1,265 bilhão de reais em razão de contingências tributárias em discussão do GPA.

- SEQUOIA LOGÍSTICA ON SEQL3, que não faz parte do Ibovespa, recuava, após anunciar pedido de recuperação extrajudicial para reestruturar dívidas com credores não financeiros da ordem de aproximadamente 295 milhões de reais.

. Ibovespa IBOV: +0,11%, a 130.141,34 pontos;

. Índice dos principais ADRs brasileiros (.BR20): +0,37%, a 17.607,15 pontos.

BOLSAS DOS EUA

O S&P 500 e o Nasdaq subiam nesta segunda-feira, com o índice de referência atingindo uma máxima recorde intradiária uma vez que os investidores se preparavam para uma semana repleta de balanços corporativos e dados econômicos cruciais.

As ações de chips impulsionavam os ganhos, com o S&P 500 ampliando o recorde de fechamento registrado na sexta-feira, depois que os principais bancos deram início à temporada de balanço do terceiro trimestre de forma positiva.

Os papéis de crescimento, como a Nvidia NVDA e a Apple AAPL, ganhavam. Um índice de empresas de semicondutores SOX saltou para o pico de mais de dois meses.

Cinco dos 11 setores do S&P 500 mostravam avanço.

Os ganhos do Dow Jones, no entanto, eram limitados pela Caterpillar CAT, que caía depois que o Morgan Stanley rebaixou a fabricante de equipamentos de "equal weight" para "underweight".

. Dow Jones DJI: +0,33%, a 43.003,28 pontos;

. Standard & Poor's 500 SPX: +0,62%, a 5.851,37 pontos;

. Nasdaq IXIC: +0,71%, a 18.473,92 pontos.

BOLSAS DA EUROPA

O índice pan-europeu STOXX 600 SXXP fechou em alta de 0,48%, a 524,48 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times CURRENCYCOM:UK100 avançou 0,37%, a 8.284,46 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX DAX subiu 0,66%, a 19.501,41 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 PX1 ganhou 0,27%, a 7.598,08 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib FTSEMIB teve valorização de 1,07%, a 34.674,73 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 IBC registrou alta de 1,06%, a 11.843,80 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 PPSI20 desvalorizou-se 0,62%, a 6.714,18 pontos.

JURO

Mês

Ticker

Taxa (% a.a.)

Ajuste anterior (% a.a.)

Variação (p.p.)

JAN/25

(DIJF25)

11,138

11,146

-0,008

JAN/26

(DIJF26)

12,57

12,656

-0,086

JAN/27

(DIJF27)

12,73

12,85

-0,12

JAN/28

(DIJF28)

12,73

12,856

-0,126

JAN/29

(DIJF29)

12,71

12,843

-0,133

JAN/31

(DIJF31)

12,65

12,783

-0,133

JAN/33

(DIJF33)

12,56

12,695

-0,135

DÍVIDA

. Treasuries de 10 anos US10Y: mercado fechado.

PETRÓLEO

. Nymex - CL1!: -2,41%, a 73,74 dólares por barril;

. ICE Futures Europe - Brent BRN1!: -2,28%, a 77,24 dólares por barril.

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